História
Navegue pela nossa linha do tempo e conheça as memórias de Nazaré Uniluz.
Março de 1982

Centro de luz
Um grupo de 12 pessoas, inspirado por Trigueirinho (cineasta brasileiro, pesquisador das filosofias perenes e líder espiritual), instala-se às margens da represa Atibainha, em Nazaré Paulista/SP.
Após receber terras em regime de comodato por 30 anos, o grupo inicia um retiro espiritual de seis meses, para iniciar a construção efetiva do Centro de Luz, com o objetivo de criar um espaço para estudos e práticas de meditação e atenção plena (mindfulness), de modo a ampliar a consciência humana por meio do autoconhecimento, do serviço altruísta e do convívio grupal.
O espaço é criado com total independência de orientações religiosa, filosófica ou política e mantém como princípios, desde a sua fundação, a neutralidade, a simplicidade, a liberdade de dogmas e do sentido de propriedade.
1982 – 1983

Em uma visita à comunidade de Findhorn (1981), no norte da Escócia, Trigueirinho encontra Sara Marriott (escritora norte-americana e executiva do Movimento Bandeirante dos EUA, residente ali há cerca de 12 anos). Os dois passam a trocar correspondências desde então e, por meio de cartas, Trigueirinho convida Sara para participar da construção desse Centro de Luz no Brasil.
1983 – 1984

Sara Marriott chega ao Brasil em primeiro de abril de 1983 e permanece por um mês com o grupo no Centro de luz
Ao final de 1984 e aos 79 anos Sara decide deixar Findhorn e vem residir em Nazaré.
Nessa fase, o Centro de luz começa a relacionar a disciplina e o tom mais monástico de Trigueirinho com a leveza e o cuidado amoroso que Sara traz da experiência vivida em Findhorn, por meio das danças sagradas circulares, energia angelical das cartas dos anjos, rodas circulares das manhãs e liderança grupal. O aspecto ‘Comunidade Espiritual’ do trabalho começa a se desenvolver.
1985 – 1986

Por meio do serviço voluntário e de múltiplas doações, grande parte dos prédios existentes já estão construídos.
O serviço impessoal, os estudos, as práticas meditativas realizadas em grupo, as atividades nas diferentes “salas de aula” (horta, cozinha, tecelagem, padaria, etc.) e o cuidado com a natureza são utilizados para promover a expansão da consciência e o autoconhecimento.
Pessoas de diferentes partes do mundo chegam ao campus e aqui permanecem por se sentirem atraídas pelo propósito do espaço. O grupo interno está mais fortalecido e amadurecido.
1987

1987 – 1990

Centro de Vivências Nazaré
O “aspecto” Comunidade Espiritual se desenvolve plenamente durante essa década, Nazaré torna-se legalmente uma associação sem fins lucrativos e continua a oferecer vivências focalizadas exclusivamente pelos residentes.
No final dessa década, com o propósito de oferecer vivências e oficinas ligadas às várias áreas do saber, como resposta a uma abertura global voltada para a espiritualidade característica dos anos 90, o espaço se abre para incluir facilitadores de fora e dar lugar ao “aspecto” denominado “Centro de Vivências”.
O Centro permanece se sustentando por doações e contribuições espontâneas dos visitantes que buscam as vivências oferecidas pelos voluntários que residem no campus e por facilitadores não-residentes.
1999

Aos 93 anos, Sara Marriott decide retornar aos EUA e o grupo de residentes permanece sustentando o campus.
Só a partir de 1999, quando filosofias e princípios semelhantes já estavam difundidos por todo o país, inspirando dezenas de trabalhos afins, “O Centro de Vivências Nazaré” sofreu uma diminuição no grupo de residentes e houve a necessidade de contratar funcionários e, pela primeira vez em sua história, passa a cobrar pelas vivências e estadias.
O cuidado com a natureza sempre esteve presente nas ações e projetos do espaço. Por isso, durante os anos 90, Nazaré Uniluz abre espaço para dar lugar ao IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, considerado uma das maiores ONGs ambientais do Brasil, cedendo-lhe uma área de 22 mil m2 de terra com construções, em sistema de comodato por catorze anos. O IPÊ cresceu e ampliou suas instalações, sendo atualmente proprietário da área. http://www.ipe.org.br/ipe
2000 – 2004
Sara Marriott falece nos EUA no ano de 2000 aos 95 anos de idade. Sua doçura e benevolência influenciam até hoje o espaço e deixa saudades em quem conviveu com ela (conheça mais sobre a importância de Sara Marriott para o espaço no vídeo abaixo:
Neste período há uma evasão de residentes e de associados e Nazaré passa por uma crise de identidade institucional. Por este motivo, em 2003 surge o Programa de imersão para residência temporária, uma formação que nasce com o objetivo de atrair novos residentes para o campus, trabalho que existe até hoje. Em 2004, com o trabalho conjunto de uma grande equipe formada por antigos membros e novos participantes da época, nasce Nazaré Universidade da Luz, com um novo estatuto interno e uma nova razão social.
2005 – 2006

Nazaré Universidade da Luz
Os aspectos Centro de Luz, Comunidade Espiritual e Centro de Vivências se integram e se transformam em Nazaré Universidade da Luz, qualificada como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), cuja missão é continuar a ser uma escola pioneira no cultivo de uma didática de desenvolvimento e educação integral do ser humano, oferecendo cursos e vivências voltados para o autoconhecimento, tendo a meditação, a prática da atenção plena (mindfulness) e o resgate de valores universais e espirituais na vida diária como seus instrumentos didáticos. Além disso, a Instituição tem cumprido seu papel social por meio de vários projetos:
– Projeto crescendo com a comunidade (2004-2006) – Projeto de responsabilidade social, voltado para jovens e famílias que vivem no Bairro do Moinho onde Nazaré Uniluz está localizada, atuando junto a educadores e agentes sociais da cidade de Nazaré Paulista e região, com o objetivo de promover a educação integral do indivíduo, construindo caminhos para a sustentabilidade pessoal e socioambiental. O projeto promove oficinas de artes (tecelagem artesanal, aquarela, modelagem em argila, teatro e danças circulares), nutrição (padaria artesanal) e saúde Integral (atendimento psicológico e terapias naturistas) e feiras de trocas (incentivando a economia solidária local) com o apoio de voluntários, corpo docente do campus e a Prefeitura Municipal de Nazaré Paulista.
2008 – 2011

Nazaré Uniluz
Projeto de recuperação das matas ciliares (2008-2010): Nazaré Uniluz é uma das entidades escolhidas para participar do projeto da Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, que visa reflorestar com espécies nativas as áreas de preservação permanente de rios e nascentes, restaurando assim processos ecológicos e serviços ecossistêmicos, em uma área de aproximadamente 35 hectares. Outras informações no site da Secretaria do Meio Ambiente.
Projeto Encontro de ecovilas (de 2008-2010): iniciativas pela sustentabilidade social, ecológica e econômica, tanto na vida em assentamentos humanos sustentáveis, as ecovilas, como na vida urbana com o movimento chamado Cidades em Transição. Estiveram presentes no encontro de 2008 pessoas que trabalham com o tema e também interessados de várias partes do país, como a Ecovila Clareando, Instituto Visão Futuro, UNIFESP, Terra Una e vários ambientalistas. A riqueza destes encontros durante anos esteve em abrir espaço para a percepção do propósito comum que move comunidades tradicionais e intencionais como guardiões da terra.
Educação em valores humanos com crianças (2010): Este projeto foi realizado em parceria com a Prefeitura Municipal de Nazaré Paulista e proporcionou a oportunidade para 20 crianças de escolas municipais estarem em contato direto com a natureza, na horta orgânica do campus, assim como desenvolver um trabalho cooperativo na padaria.
Projeto Tecendo e costurando a vida (2011): O projeto tem como público alvo monitores e professores do Instituto Ser Cidadão, organização da cidade de Nazaré Paulista que trabalha com jovens e adultos com necessidades especiais. Pessoas do Instituto recebem orientações básicas de como utilizar a tecelagem manual no processo educativo.
2012 – até os dias atuais

Hoje, Nazaré Uniluz oferece cursos, formações, pós-graduação e vivências a cerca de 2.000 pessoas por ano.
Conta com o apoio contínuo de residentes e voluntários, um grupo de associados, colaboradores e funcionários que cuidam diariamente das suas atividades de sustentação.
Possui uma área aproximada de 50.000 m², com 14 edificações, uma horta e uma padaria que garantem parte de sua subsistência com alimentos orgânicos e está cercada por vegetação nativa, típica da Mata Atlântica, na Serra da Mantiqueira, à beira do reservatório do Rio Atibainha, no Sistema Cantareira.
A Instituição permanece atuando socialmente por meio da doação de bolsas para os seus diversos cursos e vivências. Em 2016 mais de 50 pessoas foram beneficiadas, num investimento que equivale a R$ 61.217,00 e em 2017 o valor investido foi R$ 120.360,00, beneficiando 110 pessoas.