Dia 06 – Yoga e Im-permanência
Geralmente associamos impermanência com a experiência de sofrimento, como por exemplo: pessoas que saem das nossas vidas, coisas que envelhecem e se desintegram, pessoas que morrem. E isso é um fato, acontece para todos nós e nos traz dor em diferentes momentos das nossas vidas. No entanto impermanência é também uma grande benção, pois é o que permite a mudança e transformação. A verdade da impermanência é o que permite que nos curemos, que deixemos de ser uma criança e nos tornemos adultos, nos permite aprender uma postura nova que em algum momento achávamos impossível. Segue uma citação sobre esse assunto, de Jeff Foster:
“Você vai perder tudo. Seu dinheiro, seu poder, sua fama, seu sucesso, talvez até suas memórias. Sua aparência irá. Os entes queridos morrerão. Seu corpo vai desintegrar. Tudo o que parece permanente é impermanente e será destruído. A experiência irá gradualmente, ou não tão gradualmente, remover tudo o que pode remover. Despertar é enfrentar essa realidade com os olhos abertos e não mais dar as costas.
Mas agora, nesse momento, estamos em solo sagrado, pois o que será perdido ainda não foi perdido, e perceber isso é a chave para uma alegria indescritível. Quem ou o que quer que esteja em sua vida agora, ainda não foi tirado de você. Isso pode parecer trivial, óbvio, como nada, mas na verdade é a chave de tudo, o porquê, como e para quê da existência. A impermanência já tornou tudo e todos ao seu redor profundamente sagrados e significativos e dignos de sua gratidão. A perda já transfigurou sua vida em um altar.” – Jeff Foster
Vamos trabalhar a permanência nos ásanas e prestar uma atenção particular às diferentes etapas da execução de um ásana: entrar na postura, manter a postura, sair da postura e a transição para a outra postura. Prestar atenção a algumas sensações e emoções e entender, em primeira pessoa, como elas mudam de momento a momento. Notar como não existe nada sólido.
Sabedoria Nazaré Uniluz – Ritmo e Liderança grupal
Trazer nossa atenção para o Ritmo das coisas nos permite compreender de uma maneira experiencial, o início e o término de todos os eventos, sejam eles as diferentes fases da lua, o nascer e o pôr do sol, o ciclo da semana, ou a passagem de uma emoção. Em Nazaré Uniluz, todos os que estão presentes no campus seguem o mesmo ritmo, todos nos encontramos no mesmo horário para almoçar e meditar, e isso nos ensina claramente sobre a importância de iniciar, sustentar e terminar uma atividade, de abrir e fechar ciclos, e honrar tudo que chega e também tudo que vai.
A liderança grupal incentiva que cada pessoa circule por diversas salas de aula e atividades. Este exercício nos convida a experimentar a impermanência através do movimento de atuar em diferentes papéis. Ao nos deslocarmos de uma tarefa conhecida e nos colocarmos diante de uma tarefa desconhecida, é comum experimentarmos sensações como “eu gosto ou não gosto”, ou reagirmos com uma atitude controladora e rígida. A prática diária de trocar de posição nos auxilia a abrir mão da dinâmica do controle e nos estimula a perceber e sintonizar com o fluxo das constantes mudanças que estão acontecendo ao nosso redor.
Reflexão diária
- Como foi sua prática do Dia 06? Você teve alguma inspiração ou insight que você gostaria de compartilhar com todos? Deixe seus comentários na nossa Comunidade Desafio de Mindfulness Yoga no Facebook!
- Faça uma lista das coisas na sua vida que mudaram nos últimos três meses. Podem ser mudanças grandes ou pequenas, o importante é que você não as julgue como boas ou ruins. Simplesmente observe o que mudou. Por exemplo: o cabelo ficou mais grisalho, você celebrou um aniversário, você aprendeu uma nova habilidade.
- Traga sua atenção às sensações corporais ou aos sentimentos presentes sempre que se lembrar. Perceba em primeira pessoa como essas sensações chegam, permanecem por um tempo e se vão. Isso pode te ensinar muito sobre a impermanência de todos os fenômenos dentro e fora da gente.
Grata por sua prática!