Dia 03 – Yoga para uma Escuta Aberta e Atenta
Yoga começa com a escuta. Quando nós escutamos de verdade, estamos dando espaço para o que é. Dando espaço para as outras pessoas serem quem são. Dando espaço para nossos corpos e mente serem o que são neste momento.
Acredito que todos nós já nos pegamos ouvindo alguém, mas sem escutá-los de verdade. Ou seja, enquanto a pessoa compartilhava algo, estávamos pensando sobre algo totalmente diferente, ou talvez julgando o que a pessoa falava ou já preparando uma resposta. Reconhece essa situação? Pois é, isso acontece com todos nós de uma maneira ou outra, mais frequentemente do que imaginamos.
Queremos explorar aqui as qualidades que precisam estar presentes, para que você tenha uma escuta atenta, aberta e profunda. Quais as qualidades e atitudes necessárias para poder escutar de verdade? Algumas qualidades possíveis são: não julgamento, curiosidade, atenção plena, disposição ou intenção de escuta. E por que praticar a escuta? Porque grande parte de nós estamos carentes de uma escuta verdadeira e profunda, e muitos carregamos essa ferida de não termos sido escutados quando crianças. Podemos nos ajudar a curar isso, simplesmente oferecendo essa escuta, para nós mesmos e para o outro.
Vamos cultivar a escuta dos sons que estão fora, mas também uma escuta gentil, amorosa e não julgadora do nosso corpo e do que ele carrega. Muitas partes de nós têm sido caladas, ignoradas e rejeitadas por muito tempo, por motivos provavelmente válidos, mas que agora nos causa desconexão e sofrimento. Queremos oferecer nossa atenção e escutar todas as nossas partes, pois reconhecemos que essa é uma maneira de nos sentirmos inteiros.
Vamos começar nossa prática com uma breve meditação na escuta, e depois seguimos com os asanas. Vamos trabalhar com posturas simples e poderosas, com uma permanência um pouco mais longa, e enquanto seguramos a postura observamos conscientemente os nossos padrões reativos de comportamento. Exploraremos movimentos com voz, trazendo sons espontâneos que nascem do corpo. Queremos intensificar a escuta compassiva do corpo e da mente, para nos conhecermos melhor e abrir mais o nosso coração.
Sabedoria Nazaré Uniluz: Silêncio e Partilha
Os momentos de Silêncio em Nazaré Uniluz são um convite à escuta. Sem a distração da fala constante, podemos nos observar mais de perto e também observar o constante ruído da mente. É a oportunidade de tomar conhecimento do tom de voz crítico e julgador que geralmente usamos com (ou contra) nós mesmos. Só podemos transformar isso se estamos realmente conscientes dessa dinâmica interna. Além da voz julgadora, podemos também escutar o amor e a compaixão pulsando e se comunicando conosco constantemente. Muitas vezes não nos damos conta das muitas qualidades belas em nós e que estão só esperando para serem reconhecidas e expressas.
A Partilha é apresentada como uma oportunidade de praticar a fala e a escuta a partir do coração. Se sentir escutado verdadeiramente não é algo muito comum na nossa sociedade. A partilha promove essa escuta que pode ser curadora para muitos de nós. A partir de uma escuta de si e dos outros, podemos notar novas percepções e significados que até então ainda não haviam sido reconhecidos.
Reflexão diária
- Como foi a sua prática do Dia 03? Você teve alguma inspiração ou insight que gostaria de compartilhar com todos? Deixe seus comentários na nossa Comunidade Desafio de Mindfulness Yoga no Facebook!
- Tire alguns momentos todos os dias e deixe a escuta dos sons te guiarem de volta para o seu corpo e para um estado de presença. Cultive a mera escuta, nua e crua, simples, sem nenhum exercício intelectual. Não queremos saber a origem dos sons, ou nossa opinião sobre eles, se eu gosto ou não gosto do som não é importante nesse exercício. Queremos cultivar uma escuta simples, e deixar os sons mostrarem quem você é de verdade.
- Que tal incorporar o ritual da Partilha na sua vida, em seus relacionamentos com amigos, familiares, parceiro(a) romântico(a) e colegas de trabalho? É simples, vocês se sentam juntos para oferecer espaço para cada um falar da sua experiência naquele momento. Cada um no seu tempo, não é um diálogo, ou uma interação social, onde normalmente damos palpite, conselhos, concordamos ou discordamos do outro. É um momento de oferecer sua escuta plena quando alguém fala, sem interrupções, e de trazer sua fala no seu momento, se assim desejar. É uma prática poderosa para estreitar relacionamentos e ao mesmo tempo criar mais autenticidade e profundidade consigo mesmo e com as pessoas à sua volta.
Grata por sua prática!